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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FREI MANUEL DE SANTA MARIA ITAPARICA

(  Brasil  -  BAHIA  )

 

 

Frei Itaparica, ou Frei Manuel de Santa Maria (Ilha de Itaparica, 1704 — Itaparica, c. 1768) foi um frade franciscano e um poeta barroco brasileiro.

Pouco se conhece da sua vida, sabendo-se apenas que professou na Ordem dos Frades Menores, no convento de Cabaceiras do Paraguaçu, dedicando-se, mais tarde, ao púlpito.[1][2][3]

É autor de "Eustáquios", poema sacro e tragicómico, que contém a vida de Santo Eustáquio Mártir, chamado antes Plácido (latim: PLACIDVS) e de sua mulher e filhos, que foi publicado sem data, sem indicação de local nem autoria. Este poema, descoberto por Francisco Adolfo de Varnhagen, foi inicialmente atribuído ao padre Francisco de Sousa, autor de "O Oriente Conquistado a Jesus Cristo", mas, na introdução do Florilégio da Poesia Brasileira, Varnhagen reformulou a sua opinião, indicando Frei Itaparica como o verdadeiro autor.[3][4]

Na obra destaca-se a descrição do inferno e a narrativa dos sonhos onde o Brasil é descrito numa época anterior ao seu descobrimento. Na página 105 da primeira edição (publicada em 1769) está a Descrição da ilha de Itaparica, termo da cidade da Bahia, da qual se faz menção no canto quinto, reimpressa em 1841, onde o poeta fala com entusiasmo das belezas de sua ilha natal. O poema seria uma réplica à "Ilha da Maré", de Manuel Botelho de Oliveira. São descritos os frutos, as fontes, os legumes, as árvores, as igrejas e as capelas, praticamente na mesma ordem em que estão referidas nas silvas de Botelho de Oliveira.

Influência de Camões

Frei Itaparica foi muito influenciado por Luís Vaz de Camões e é um dos precursores do nativismo literário. Não há qualquer informação segura sobre o ano de sua morte, acreditando-se que tenha ocorrido depois de 1768, pois nesse ano tinha pronto para ser publicado um conto heroico sobre as festas que se realizaram na Paraíba, por ocasião do casamento dos príncipes de Portugal e Castela.

Fonte da biografia:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_de_Santa_Maria

 

 

ANTOLOGIA DA POESIA BRASILEIRA. José Valle de Figueiredo.  Lisboa: Editorial Verbo, 197-.       217 p. capa dura. 

                                                           Ex. bibl. Antonio Miranda 

 

Foto: https://blogdeviagemeturismo.com.br/ilha-de-itaparica-ba/

 

DESCRIÇÃO DA ILHA DE ITAPARICA


IV

Em o Brasil, Província desejada
Pelo metal reluzente, que em si cria,
Que antigamente descoberta e achada
Foi de Cabral, que os mares discorria,
Perto donde está hoje situada
A opulenta e ilustríssima Baía,
Jaz a ilha chamada Itaparica,
A qual no nome tem também ser rica.

V

Está posta bem defronte da Cidade,
Só três léguas distante, e os moradores
Daquela a esta vêm com brevidade,
Se não faltam do Zéfiro os favores;
E ainda quando com ferocidade
Éolo está mostrando os seus rigores,
Para a Corte navegam, sem que cessem,
E parece que os ventos lhe obedecem.

VI

Por uma ou outra parte rodeada
De Neptuno seve tão arrogante,
Que algumas vezes com procela irada
Enfia o melancólico semblante;
E como a tem por sua, e tão amada,
Por lhe pagar fiel foros de amante
Muitas vezes também serenamente
Tem encostado nela o seu Tridente.

VII

Se a Deusa Citereia conhecera
Desta Ilha celebrada a formosura,
Eu fico que a Neptuno prometera
O que a outros negou cruel e dura:
Então de boa mente lhe oferecera
Entre incêndios de fogo a neve pura,
E se de algum sorte a alcançara,
Por esta a sua Chipre desprezara.

VIII

Pela costa do mar a branca areia
É para a vista objecto delicioso,
Onde passeia a Ninfa Galateia
Com acompanhamento numeroso;
E quando mais galante se recreia
Com aspecto gentil, donaire airoso,
Começa a semear das roupas belas
Conchinhas brancas, ruivas e amarelas.

IX

Aqui se cria o peixe copioso,
E os vastos pescadores em saveiros
Não receando  o Elemento undoso,
Neste exercícios estão dias inteiros;
E quando Áquilo e Bóreas proceloso
Com fúria os acomete, eles ligeiros
Colhendo as velas brancas, ou vermelhas,
Se acomodam os remos em parelhas.

X

Neste porém marítimo regalo
Uns as redes estendem diligentes,
Outros com força, indústria e intervalo
Estão batendo as ondas transparentes:
Outros noutro baixel sem muito abalo
Levantam cobiçosos e contentes
Uma rede, que chamam Zangareia,
Para os saltantes peixes forte teia.

XI  

Qual aranha sagaz e ardilosa
Nos ares forma com subtil fio
Um labirinto tal, que a cautelosa
Mosca nele ficou sem alvedrio,
E assim com esta manhã industriosa
Da mísera vem ter o senhorio,
Tais são com esta rede os pescadores
Para prender os mudos nadadores.

 

*

VEJA  e LEIA  outros poetas da BAHIA em nosso Portal:

 

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/bahia/bahia.html


 Página publicada em abril de 2023      

 

 

 
 
 
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